quarta-feira, 22 de outubro de 2008

CONFIRA O CIRCULAR 06 DE DOM EDMILSON

Barretos, outubro de 2008.

Paz a todos!

1. Neste mês de outubro que estamos por encerrar, vivemos as Assembléias Regionais e a escolha de 4 prioridades pastorais em cada uma delas. Agora é o momento de nos prepararmos para a Assembléia Diocesana no próximo dia 15 de novembro. Peço aos párocos de enviar à Secretaria de Pastoral (Ir. Nilsa) os nomes dos delegados paroquiais.
2. Nas reuniões com os padres durante o mês de outubro foi abordado o tema pastoral do “Domingo, dia do Senhor”.
A “Sacrosanctum Concilium” e outros documentos eclesiásticos sobre a Liturgia nos lembram que “no primeiro dia de cada semana, que é chamado dia do Senhor ou domingo, a Igreja, por uma tradição apostólica que tem origem no próprio dia da Ressurreição de Cristo, celebra o mistério pascal. Por isso, o domingo deve ser tido como o principal dia de festa.” Já há alguns anos diante da dessacralização do domingo por parte da sociedade, o Papa João Paulo II achou por bem exortar todos os católicos a uma observância alegre e celebrativa do domingo com a carta “Dies Domini”. O Documento de Aparecida (n. 252) e as DGAE (n. 72) nos lembram a necessidade de uma pastoral do domingo.
Desejo que todas as comunidades da nossa diocese celebrem o domingo, Dia do Senhor. Onde já é possível a Celebração da Eucaristia, muito bem. Onde ainda não é possível, seja providenciado que a comunidade se reúna e faça a Celebração da Palavra dominical e, caso exista na comunidade Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística, seja distribuída também a comunhão. Mesmo que a comunidade só tenha possibilidade de celebrar a Eucaristia num dia de semana, o domingo seja santificado com tal celebração.
3. Quero também anexar a esta circular algumas diretrizes sobre o espaço litúrgico elaboradas pelo nosso seminarista Thiago Faccini e que foram acolhidas favoravelmente pelo Conselho de Presbíteros:
“As Igrejas e os demais lugares devem prestar-se à execução das ações sagradas e à ativa participação dos fiéis. Além disso, os edificadores sagrados e os objetos destinados ao culto sejam realmente dignos e belos, sinais e símbolos das coisas divinas.” (Missal Romano 288).
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nos últimos anos através da Comissão Episcopal de Pastoral para a Liturgia, na dimensão Espaço Litúrgico, vem pedindo um grande cuidado para com as construções, adaptações e reformas dos Espaços Litúrgicos (igrejas e capelas), pois os mesmos estão perdendo sua funcionalidade e sua simbologia litúrgico-teologica, fazendo com que todo o caráter mistagógico e pedagógico se percam, trazendo prejuízo à fé celebrada através dos sacramentos.
Tal preocupação fez com que a CNBB em parceria com as Universidades Católicas, criasse cursos para capacitar e orientar os que estão empenhados no processo de projetar, construir ou reformar as igrejas e capelas.
Destacamos aqui alguns pontos que poderão auxiliar aqueles que estão com uma obra em execução:
- Observar se o projeto está de acordo com as normas do Capitulo V da Introdução Geral do Missal Romano, que traz alguns princípios básicos para a disposição e ornamentação das igrejas;
- Cuidar dos elementos fundamentais do espaço celebrativo: Altar, Ambão, Cadeira da presidência.
- Cuidar do local destinado à reserva Eucarística, bem como dos espaços reservados aos demais sacramentos: Fonte batismal ou batistério e Sala da reconciliação;
- Ter um projeto Iconográfico (imagens, pinturas, mosaicos, vitrais que comporão o espaço)
- Cuidar para que haja somente aquilo que é essencial para o culto, evitar colocar objetos de prática devocional (ex. via-sacra, excesso de imagens e terço);
- Prestar grande atenção a alguns aspectos técnicos:
· Conforto térmico (Ventilação natural = entrada e saída de ar, isolamento térmico etc);
· Iluminação (iluminação natural, evitar utilizar iluminação fria e plana);
· Consciência ecológica (captação da água das chuvas, materiais alternativos etc);
· Conforto acústico (prestar atenção aos materiais utilizados, para que estes não prejudiquem a acústica. Ex. geralmente forro de PVC é um grande inimigo acústico);
· Grande atenção às cores (as cores interferem no comportamento dos fiéis; de preferência ao uso de cores quentes = tons de amarelo e laranja).

Enfim, os espaços sagrados têm uma dinâmica própria, por isso evitem ao máximo trazer a artificialidade e coisas próprias do cotidiano civil.
Colocamos-nos a disposição das comissões responsáveis pelas construções e reformas, bem como dos engenheiros e arquitetos responsáveis pelas obras, para futuras dúvidas, avaliação, orientação e execução dos projetos.

Abaixo sete etapas para um bom projeto:

- Contatos iniciais: a comunidade deve estabelecer, juntamente com o clero, a iniciativa de se iniciar um processo de estudos para a realização de uma possível obra;
- Liturgia e aprendizado: para que se obtenham bons resultados, é necessário que a comunidade converse a respeito do espaço litúrgico e da arte sacra, pesquise e debata a respeito desse tema e de toda a riqueza de informação e significado que o assunto contém.
- Visitas: é interessante ampliar os horizontes da comunidade realizando visitas à locais de oração existentes na região. Igrejas, capelas, santuários e outros espaços CORRETAMENTE edificados podem contribuir neste processo.
- Planejamento: deve-se saber de onde se parte e aonde se quer chegar. Aliado à vontade e ao entusiasmo da comunidade, deve estar um bom plano de ação com os objetivos a serem atingidos e as formas como se pretende atingi-los.
- Contratação de um profissional: deve-se contratar um profissional habilitado para que sejam desenvolvidos, em conjunto, os projetos pretendidos. A presença de arquitetos e engenheiros garante, além da legalidade obrigatória dos serviços, uma qualidade técnica que dá à comunidade segurança e garantia de parceria para o bom andamento das atividades.
- Aprovação dos projetos: os projetos devem ser encaminhados para análise à Cúria Diocesana de Barretos e, após aprovação de aspectos construtivos e litúrgicos, deve ser levado, juntamente com a documentação necessária, aos órgãos públicos competentes para que sejam devidamente analisados e legalmente aprovados.
- Início das obras: após a aprovação, devem ser contratados os profissionais que executarão a obra e, mediante garantias firmadas em um contrato oficial, deve-se estabelecer um cronograma de atividades para a realização efetiva dos trabalhos, sempre com o acompanhamento do responsável técnico, do clero e, sobretudo, da comunidade.

“Para edificar, reformar e dispor convenientemente os edifícios sagrados consultem os responsáveis a Comissão Diocesana de Liturgia e Arte Sacra.” (Missal Romano 291)
Peço aos senhores párocos e administradores paroquiais que façam chegar estas diretrizes aos membros do Conselho Paroquial de Assuntos e Econômicos e às equipes de Construção.

+Edmilson Amador Caetano O.Cist.
Bispo diocesano

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